19/12/2010
13/09/2007
UM SÓ
Onde eu termino
E tu começas
As palavras são monumentos
Onde adoramos e crucificamos
Meias verdades
Em holocaustos ardentes.
Onde eu paro
E tu corres
Os corpos são estradas intermináveis
Sedentos de movimento
Onde caminhamos perdidos
Do amor dos Deuses.
Onde eu choro
E tu ris
A vida e a morte
São sementeiras cíclicas
Onde, vorazes, dançam os séculos
À volta do Homem.
Onde eu calo
E tu falas
O eco dos sonhos
Cresce nas paredes frias
De templos decadentes
Onde se tingiram os pecados
De santas absolvições.
Onde eu morro
E tu nasces
Respira-se o amor inebriante
De braços amantes que se completam,
Unidos,
Entre os céus e a terra.
Onde as partes
São o Todo
Eu e Tu
Somos um só.
Publicada por
Susana Júlio
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21/05/2007
TÃO ANTIGO O SOM DAS PALAVRAS
Tão antigo o som das palavras
Como espelhos ardentes de desejos
Que se consomem em labirintos eternos
Ao sabor da tua pele
Onde a vontade é de percorrer os seus caminhos
Sem nunca querer chegar
Os passos que se deixam
Como mapa dos dias nos teus beijos
Acumulam-se na espiral que se transforma
Na teia que te acolhe e abraça
Não só no dia de hoje como no dia que acorda amanhã.
Adormecem os sonhos ao cuidado dos teus braços
Eternizados na coincidência das nossas almas
Que batem sonoramente com o mesmo coração.
A Lua recorta-se entre nós
Como a luz que abençoa para longe as sombras à nossa volta:
Fogo-fátuo desta vida
Caímos em todas as outras
Como seres unidos pela mesma espécie
A do AMOR.
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Susana Júlio
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12/03/2007
O TEU CORPO É A MINHA CASA
Todas as vezes da História.
Acontece.
Que do teu corpo me levante
Como a árvore que se ergue da Terra
Com raízes enleadas
Nos espaços férteis do teu coração.
De ti parto. A ti regresso.
Lar que abraço
Sendo abraçada.
Ponho a alma à lareira
E deixo o mundo lá fora.
Aqui dentro o Tempo passa
Apenas ao sabor dos nossos lábios.
As nossas mãos guiam-se sem mapas
Porque os limites esbatem-se em nós
De cada vez que chego aos teus braços
Depois do caminho escolhido.
O teu sorriso dançando no olhar
Ilumina a alma inteira que se te entrega.
A novidade és sempre tu
Na conquista demorada
Do meu corpo no teu corpo.
Não eras tu a presa
Que se deixava prender nos meus braços.
Era eu que me prendia a ti.
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Susana Júlio
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25/02/2007
PARA TI...
Para ti...
Serei jardineiro fiel que conquista novas espécies
Desfolhando novas pétalas ao sabor da tua presença
Novos ramos como os braços que te alcançam
Num mundo completo entre o Céu e a Terra.
Serei outro escritor perdido
Entre a imensidão das palavras
Que nunca chegarão para cumprir o desígnio
De todos os significados de ti em mim.
Neologismos por nascer apenas vivos no olhar.
Sempre entendidos entre nós
Como a mais perfeita linguagem do AMOR.
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Susana Júlio
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14/02/2007
...DOS NOSSOS...
Sim... era uma vez... uma vez sem história. Porque esta história não tem espaço nem tem tempo, como gostam de mandar as regras. E é uma vez sem história, sem espaço, sem tempo e sem provas para a situar. Esbatia-se assim na elipse provocada pela distância da memória. Falava-se que eram duas gotas quase idênticas no final (provavelmente no início também!), que graças ao seu “quase” (esse aparente nada praticamente total) cabiam uma na outra e ficavam completas. Milagre da Natureza ou fruto do Acaso?
E era “outra vez”...outra vez sem lembrança. Dizem os boatos para fazer crer que são os Deuses que estão loucos...ou pior: que não existem! Mas a verdade é que não há fumo sem fogo. E os boatos são restos de labaredas que Prometeu ofereceu ao Homem a troco de nada. Verdades esfumadas que se disfarçam de lendas inacreditáveis...que duas chamas, aparentemente idênticas, consumiam-se uma na outra e, ao contrário de se apagarem, edificavam o próprio fogo que arde no Olimpo. Obra de Hefesto ou simples vontade humana?
E como não há duas sem três...assim reza qualquer máxima supostamente lei, deslocam-se por aí, palavras que passam ao sabor do que se sente e do que não se entende (pois assim, é coisa do coração!) e não há razão nenhuma que se equilibre entre os ventos Alísio e Siroco. Apenas as brisas discretas, que se escapam dos gigantes, e dançam em pares unidos pelo mesmo centro: lá dentro eleva-se uma verdadeira tempestade. Soltam-se os cabelos ou amarra-se o coração?
Quando alguém conta um conto e deixa outrém acrescentar um ponto prende o “Era uma vez...” à terra e larga o seu “Fim” nos céus. Papagaio de vento com sombra no chão, apanha-lo tu? Apanho eu? Preso por uma ponta, este sonho ficou mesmo na areia. E despertou, de maneira igual, em dois seres nascidos do pó. Dizem as más-línguas que um derivou do outro e, por isso, “um” seria inferior. Sabe-se, no entanto, que as notícias, mesmo que não corram ligeiras, chegam sempre ao seu lugar. Um e outro são do mesmo barro e ocupam o mesmo espaço, quando olham verdadeiramente dentro dos olhos de cada um.
As perguntas ficam para trás...que agora é hora de respostas.
O que arde nas ondas que voam da terra do Homem e da Mulher é o que compõe aquilo de que é feito o verdadeiro AMOR.
Um único beijo.
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Susana Júlio
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04/02/2007
NO TEU OLHAR O PRINCÍPIO E O FIM...
Secretas vozes
Docemente
Entre as cortinas do Tempo e do Espaço
Suaves mãos acordam os anos
Atrás do encantamento que nos adormecia.
O primeiro olhar
Entre nós os dois
Demorou-se um pouco mais do que a eternidade.
E tudo à nossa volta
Desfaleceu, de repente,
Como um corpo que lentamente se despe...
Docemente
Entre as cortinas do Tempo e do Espaço
Suaves mãos acordam os anos
Atrás do encantamento que nos adormecia.
O primeiro olhar
Entre nós os dois
Demorou-se um pouco mais do que a eternidade.
E tudo à nossa volta
Desfaleceu, de repente,
Como um corpo que lentamente se despe...
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Susana Júlio
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