14/02/2007

...DOS NOSSOS...


Sim... era uma vez... uma vez sem história. Porque esta história não tem espaço nem tem tempo, como gostam de mandar as regras. E é uma vez sem história, sem espaço, sem tempo e sem provas para a situar. Esbatia-se assim na elipse provocada pela distância da memória. Falava-se que eram duas gotas quase idênticas no final (provavelmente no início também!), que graças ao seu “quase” (esse aparente nada praticamente total) cabiam uma na outra e ficavam completas. Milagre da Natureza ou fruto do Acaso?




E era “outra vez”...outra vez sem lembrança. Dizem os boatos para fazer crer que são os Deuses que estão loucos...ou pior: que não existem! Mas a verdade é que não há fumo sem fogo. E os boatos são restos de labaredas que Prometeu ofereceu ao Homem a troco de nada. Verdades esfumadas que se disfarçam de lendas inacreditáveis...que duas chamas, aparentemente idênticas, consumiam-se uma na outra e, ao contrário de se apagarem, edificavam o próprio fogo que arde no Olimpo. Obra de Hefesto ou simples vontade humana?




E como não há duas sem três...assim reza qualquer máxima supostamente lei, deslocam-se por aí, palavras que passam ao sabor do que se sente e do que não se entende (pois assim, é coisa do coração!) e não há razão nenhuma que se equilibre entre os ventos Alísio e Siroco. Apenas as brisas discretas, que se escapam dos gigantes, e dançam em pares unidos pelo mesmo centro: lá dentro eleva-se uma verdadeira tempestade. Soltam-se os cabelos ou amarra-se o coração?




Quando alguém conta um conto e deixa outrém acrescentar um ponto prende o “Era uma vez...” à terra e larga o seu “Fim” nos céus. Papagaio de vento com sombra no chão, apanha-lo tu? Apanho eu? Preso por uma ponta, este sonho ficou mesmo na areia. E despertou, de maneira igual, em dois seres nascidos do pó. Dizem as más-línguas que um derivou do outro e, por isso, “um” seria inferior. Sabe-se, no entanto, que as notícias, mesmo que não corram ligeiras, chegam sempre ao seu lugar. Um e outro são do mesmo barro e ocupam o mesmo espaço, quando olham verdadeiramente dentro dos olhos de cada um.




As perguntas ficam para trás...que agora é hora de respostas.




O que arde nas ondas que voam da terra do Homem e da Mulher é o que compõe aquilo de que é feito o verdadeiro AMOR.




Um único beijo.

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