13/09/2007

UM SÓ



Onde eu termino

E tu começas

As palavras são monumentos

Onde adoramos e crucificamos

Meias verdades

Em holocaustos ardentes.


Onde eu paro

E tu corres

Os corpos são estradas intermináveis

Sedentos de movimento

Onde caminhamos perdidos

Do amor dos Deuses.


Onde eu choro

E tu ris

A vida e a morte

São sementeiras cíclicas

Onde, vorazes, dançam os séculos

À volta do Homem.


Onde eu calo

E tu falas

O eco dos sonhos

Cresce nas paredes frias

De templos decadentes

Onde se tingiram os pecados

De santas absolvições.


Onde eu morro

E tu nasces

Respira-se o amor inebriante

De braços amantes que se completam,

Unidos,

Entre os céus e a terra.

Onde as partes

São o Todo

Eu e Tu

Somos um só.

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