25/02/2007

PARA TI...


Para ti...

Serei jardineiro fiel que conquista novas espécies

Desfolhando novas pétalas ao sabor da tua presença

Novos ramos como os braços que te alcançam

Num mundo completo entre o Céu e a Terra.

Serei outro escritor perdido

Entre a imensidão das palavras

Que nunca chegarão para cumprir o desígnio

De todos os significados de ti em mim.

Neologismos por nascer apenas vivos no olhar.

Sempre entendidos entre nós
Como a mais perfeita linguagem do AMOR.

14/02/2007

...DOS NOSSOS...


Sim... era uma vez... uma vez sem história. Porque esta história não tem espaço nem tem tempo, como gostam de mandar as regras. E é uma vez sem história, sem espaço, sem tempo e sem provas para a situar. Esbatia-se assim na elipse provocada pela distância da memória. Falava-se que eram duas gotas quase idênticas no final (provavelmente no início também!), que graças ao seu “quase” (esse aparente nada praticamente total) cabiam uma na outra e ficavam completas. Milagre da Natureza ou fruto do Acaso?




E era “outra vez”...outra vez sem lembrança. Dizem os boatos para fazer crer que são os Deuses que estão loucos...ou pior: que não existem! Mas a verdade é que não há fumo sem fogo. E os boatos são restos de labaredas que Prometeu ofereceu ao Homem a troco de nada. Verdades esfumadas que se disfarçam de lendas inacreditáveis...que duas chamas, aparentemente idênticas, consumiam-se uma na outra e, ao contrário de se apagarem, edificavam o próprio fogo que arde no Olimpo. Obra de Hefesto ou simples vontade humana?




E como não há duas sem três...assim reza qualquer máxima supostamente lei, deslocam-se por aí, palavras que passam ao sabor do que se sente e do que não se entende (pois assim, é coisa do coração!) e não há razão nenhuma que se equilibre entre os ventos Alísio e Siroco. Apenas as brisas discretas, que se escapam dos gigantes, e dançam em pares unidos pelo mesmo centro: lá dentro eleva-se uma verdadeira tempestade. Soltam-se os cabelos ou amarra-se o coração?




Quando alguém conta um conto e deixa outrém acrescentar um ponto prende o “Era uma vez...” à terra e larga o seu “Fim” nos céus. Papagaio de vento com sombra no chão, apanha-lo tu? Apanho eu? Preso por uma ponta, este sonho ficou mesmo na areia. E despertou, de maneira igual, em dois seres nascidos do pó. Dizem as más-línguas que um derivou do outro e, por isso, “um” seria inferior. Sabe-se, no entanto, que as notícias, mesmo que não corram ligeiras, chegam sempre ao seu lugar. Um e outro são do mesmo barro e ocupam o mesmo espaço, quando olham verdadeiramente dentro dos olhos de cada um.




As perguntas ficam para trás...que agora é hora de respostas.




O que arde nas ondas que voam da terra do Homem e da Mulher é o que compõe aquilo de que é feito o verdadeiro AMOR.




Um único beijo.

04/02/2007

NO TEU OLHAR O PRINCÍPIO E O FIM...


Secretas vozes
Docemente
Entre as cortinas do Tempo e do Espaço
Suaves mãos acordam os anos
Atrás do encantamento que nos adormecia.
O primeiro olhar
Entre nós os dois
Demorou-se um pouco mais do que a eternidade.
E tudo à nossa volta
Desfaleceu, de repente,
Como um corpo que lentamente se despe...